A Câmara Municipal de Duque de Caxias, através da Comissão dos Direitos da Mulher, da Criança e do Adolescente em parceria com a Comissão de Saúde e Assistência Social, realizou o 1º Seminário de Políticas Públicas da Saúde da Mulher nesta quarta-feira, dia 31, em referência ao Outubro Rosa. Palestras, depoimentos e sugestões enriqueceram o debate e apontaram as principais demandas da Cidade.
O presidente do Legislativo, vereador Sandro Lelis, lembrou-se da lei de sua autoria que instituiu no calendário oficial do Município o Dia de Combate e Prevenção ao Câncer de Mama e de Colo de Útero. “É importante que se realize eventos de conscientização como esse para que o combate à doença aconteça. Essa Casa é do povo e, por isso, se abre para debater de forma responsável temas relevantes à sociedade.”
Presidente da Comissão dos Direitos da Mulher, da Criança e do Adolescente, a vereadora Leide alertou à população para que busquem a parceria da Câmara. “Criar essa comissão foi a primeira atitude que tomei no meu primeiro mandato, em 2005. De lá para cá, sempre tive o apoio da Câmara Municipal em todas as demandas, tanto que em 2015 criei o Programa Municipal de Conscientização, Prevenção e Combate ao Câncer de Mama e de Colo de Útero, para que se dê a devida atenção à saúde da mulher caxiense. É por isso que estamos aqui, para cobrarmos agilidade em todo processo, desde a realização do exame até o tratamento para pacientes com câncer.”
Reforçando o discurso da colega, a presidente da Comissão de Saúde e Assistência Social, vereadora Juliana do Táxi, disse que é preciso união. “Nós temos que estar unidas nessa Casa, sabemos que não é fácil e que demora um pedido de mamografia ou uma consulta com especialista, mas é preciso correr atrás. Conscientizar é o primeiro passo, por isso estamos aqui. Tenho certeza que muitas mulheres ainda nem fizeram o exame preventivo e isso tem que ser prioridade.”
A vereadora Delza de Oliveira destacou a importância do autoexame. “Muitas pessoas desconhecem, por isso nasceu a campanha Outubro Rosa, para chamar atenção. É preciso conhecer seu corpo para saber detectar o problema de forma precoce. Essa doença está cada vez mais presente no dia a dia e a prevenção é necessária. Se toque, mulher.”
O vereador Catiti parabenizou as vereadoras pela iniciativa. “Essa mobilização em prol da conscientização da saúde da mulher é importante e mostra que as vereadoras estão atentas e representando muito bem essa demanda. Tiro meu chapéu, pois elas defendem com unhas e dentes o papel de fiscalizar e cobrar, sempre preocupadas com a população.”
A subsecretária municipal de Saúde, Clara Castanho, que é médica ginecologista há 27 anos, ensinou durante o seminário como se faz o autoexame e afirmou que a Prefeitura está viabilizando um mamógrafo para a Cidade. “A burocracia é grande junto ao governo do Estado, estamos a um ano tentando trazer um equipamento moderno para Duque de Caxias, é uma luta. Uma vitória que já conquistamos é a realização de biopsia no Município, antes nem isso nós conseguíamos.”
Representando a OAB Mulher, a advogada Lívia fez questão de explicar que existem leis específicas que respaldam pacientes de câncer. “São leis importantes que garantem direitos a pessoas acometidas da doença. A OAB está à disposição para orientar e fazer os encaminhamentos necessários.”
O farmacêutico Jonatas Meireles alertou para o perigo da automedicação. “Quando falamos em políticas públicas, temos que pensar no acesso à medicação. O Brasil é líder em automedicação, 70% da população se automedica e 30% dessas pessoas sofrem intoxicação. É preciso educar a população quanto a isso e informar os riscos dessa prática.”
Presidente da Associação de Mulheres de Atitude e Compromisso Social (AMAC), Nil Santos promove desde 2013 ações de conscientização em referência ao Outubro Rosa. “Ano passado realizamos uma corrida que reuniu cerca de 4 mil pessoas em Duque de Caxias. Foi uma mobilização importante para conscientizar as pessoas e chamar atenção dos governantes sobre a necessidade de políticas públicas para mulheres.”
“É preciso um olhar diferenciado para a mulher que vive com AIDS, pois são essas as mais propensas a desenvolver câncer, por conta dos efeitos colaterais dos medicamentos para tratamento da doença”, observou a presidente da Associação Missão Resplandecer (Amires), Cleide Jane.
Para alertar que o câncer de mama não é doença apenas de mulher, Joaquim Paz deu um depoimento durante o seminário. “São quase 60 mil casos por ano, eu tive câncer de mama. A prevenção do homem é igual da mulher, pelo autoexame. Se você detecta o tumor no início, não precisa tirar a mama e, às vezes, nem precisa de quimioterapia. Eu só precisei de radioterapia. O homem é muito resistente ao autoexame, por isso quero deixar esse recado: se cuidem.”
Secretária Municipal de Cultura, Daniele Reis parabenizou a iniciativa da Câmara, a participação da população e dos movimentos sociais e levou uma sugestão à plenária. “Fizemos uma parceria que resultou na confecção de gibis para conscientizar a juventude sobre os perigos do mosquito da dengue, podíamos fazer a mesma coisa no segmento do câncer de mama e de colo de útero, para educar os jovens sobre prevenção.”