O Poder Legislativo de Duque de Caxias realizou, na manhã de hoje (10/05), uma Audiência Pública, proposta pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Dalmar Lírio Mazinho, para cobrar das autoridades soluções para as obras da Avenida Leonel de Moura Brizola, antiga Presidente Kennedy (RJ-101), que se arrastam desde 2005. O objetivo da duplicação, 15 quilômetros de extensão, era acabar com os engarrafamentos e trazer desenvolvimento para a cidade, contudo, a demora na conclusão da obra vem causando inúmeros transtornos e até mortes.
Apesar do foco principal ser uma data para a finalização das obras, a população tinha inúmeros questionamentos. “As autoridades não nos perguntaram se queríamos aquela obra, simplesmente chegaram, abriram buracos, estão tocando a obra de qualquer jeito e, agora, o que temos são pessoas assaltadas, violentadas e perdendo suas vidas”, comentou Moacir Anselmo dos Santos, o Moa, 1º suplente de vereador do PT. O professor André Quintanilha levou seus alunos do Colégio Evangélico Almeida Barros e ressaltou: “ontem, um aluno foi atropelado na avenida, que não tem sinalização, ele está internado no Hospital Moacyr do Carmo. Em um mês eu troquei dois pneus do meu carro. Pneus a gente parcela no cartão e compra, mas e as vidas que estão sendo perdidas?”
Aroldo Brito, do diretório estadual do PDT, propôs que a Audiência não fosse apenas mais um encontro. “Não nos interessa de quem é a culpa, queremos uma proposta concreta.” Já a professora Cândida ressaltou: “a obra ainda vai demorar a ser concluída. É preciso tapar com urgência os buracos”. “Como ficará a questão ambiental? Será possível incluir no projeto uma ciclovia?” perguntou Fábio Pereira, assessor do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL).
Perdido, totalmente sem rumo, o engenheiro do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), tentava responder à população. “Também não estamos felizes com essa demora, mas foram inseridas outras prioridades na obra, que estamos atendendo e que está provocando esse atraso. No Corte Oito existe um sério problema de drenagem, que estamos resolvendo com a construção de uma galeria que vai desaguar no Sarapuí”, destacou.
Segundo o prefeito do município, José Camilo Zito, as reivindicações são importantes e justas. “Talvez os atrasos estejam acontecendo devido a imprevistos que foram aparecendo no decorrer da obra, contudo, parceria com o governo do Estado tem sido fundamental. Não cabe à Prefeitura tapar os buracos, já que existe uma empresa que recebe pra isso”, explicou o prefeito.
Os deputados eleitos pelo município, deputado estadual Dica e deputado federal Áureo também fizeram seus questionamentos. “Olhando os erros desta obra a gente percebe que se trata de uma obra de gabinete. O senhor Henrique Ribeiro, presidente do DER, deveria sair mais do seu gabinete. Será que ele sente remorso com as mortes? Será que estão preocupados com isso? Não se pode gastar milhões e não ver o andamento da obra. Que me desculpe o senhor Henrique, mas ele está fiscalizando muito mal”, ressaltou Dica. O deputado Áureo acrescentou: essa obra deveria ser tratada com mais responsabilidade. O governo anterior começou sabendo que não terminaria, o governo atual não sabe se vai terminar e a conclusão da Presidente Kennedy vai acabar virando proposta de campanha do próximo candidato a prefeito”, desabafou Áureo.
“A obra da Presidente Kennedy precisa de sinalização, construção de passarelas e tapa buracos, para amenizar os acidentes. A gente quer também estabelecer prazos. Nós vamos cobrar, vamos aos canteiros e se não conseguirmos obter soluções, dentro dos prazos, nós iremos fechar a Avenida Presidente Vargas, no Rio, onde funciona a sede do DER, porque lá tem mídia, talvez assim, eles sejam mais enérgicos. A reunião de hoje, apesar de indignado com a ausência de representantes do governo do Estado, Ministério Público e da maioria dos deputados eleitos por Duque de Caxias, convidados há mais de 20 dias e por vários meios, serviu para as autoridades ouvirem e pensar uma solução para o povo, que vive de perto o problema. Minha maior preocupação agora, não é só com a obra física, mas com as vidas. A gente precisa valorizar mais o ser humano”, finalizou o presidente da Casa Legislativa, vereador Dalmar Lírio Mazinho.