Solicitações foram estendidas à população que sofre, diariamente, com a violência
Presidida pelo vereador Claudio Thomaz (DEM) e secretariada por Nivan Almeida (PT), a sessão plenária de 19/10, foi também um momento para homenagear o vereador Sandro do Sindicato (SD), falecido no último dia 13.
Nas manifestações, os vereadores, além de apresentarem suas demandas, deram boas-vindas à vereadora Andréa Conselheira (SD), empossada antes da sessão, destacaram os trabalhos de Sandro do Sindicato e cobraram ações das autoridades estaduais sobre as três mortes ocorridas no Legislativo, em pouco mais de sete meses.
Aquiciley Filho (Republicanos) ressaltou que os vereadores são a “ponta da lança”, pois estão na linha de frente, sendo o elo entre a população e as demais autoridades. “O Poder Público tem que se manifestar, não pode ficar do mesmo jeito”, disse ele, enfatizando a gravidade da situação e estendendo solidariedade à família.
O vereador Alex Freitas (SD) ressaltou que Sandro do Sindicato tinha um futuro promissor na política. “Lamento a morte de um companheiro, trabalhador, um sindicalista”, disse ele, salientando a dedicação e a luta pelos direitos dos trabalhadores da Reduc, que permeavam os trabalhos de Sandro.
Para Andréa Conselheira, Alex Freitas, que é líder do Solidariedade, desejou um bom mandato. “Que possa exercer seu mandato na plenitude, com independência, assim como os vereadores aqui exercem, na luta em defesa da infância e da adolescência, do idoso, dos desassistidos, para fazer valer o direito do cidadão”.
Endossando as palavras de Alex Freitas, Catiti (Avante), lamentou a morte de Sandro do Sindicato. “Aprendi admirá-lo pela sua força de vontade e garra de representar o povo da nossa cidade que, como sindicalista, fez muito bem”. Catiti falou da reunião dos vereadores com o governador Claudio Castro e o secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, no dia 14/11, para cobrar respostas. “Quando um parlamentar é atingido, toda a sociedade é atingida”. Ele também parabenizou Andréa Conselheira, desejando-lhe um bom mandato. “Sei da sua luta, do seu caráter e do comprometimento com essa cidade”.
Catiti ainda se manifestou sobre a municipalização das UPAs Parque Lafaiete e Sarapuí, agradecendo as articulações do prefeito Washington Reis e do deputado estadual Rosenverg Reis. “Um compromisso de campanha feito por mim, há anos, por entender que era necessário a integração do sistema de saúde da nossa cidade”.
O vereador Alex da Juliana do Táxi (MDB) fez um desabafo: “o vereador deve ser parado na urna. “Eu que já sofri esta violência na pele, há 16 anos, quando perdi meu pai, assassinado, vejo hoje que as coisas não mudaram. Espero que meu pensamento esteja errado”.
Alex Freitas disse não estar satisfeito com as respostas do secretário da Polícia Civil, mas que irá aguardar o prazo da instituição. “Peço ao presidente para que o governador tenha uma proposta para garantir a segurança dos vereadores e o mandato de cada um aqui, na plenitude”.
O vereador Moisés Neguinho (PMB) enfatizou: “Duque de Caxias sofre uma mancha criminal muito grande. Eu sou presidente da Comissão de Segurança e me vejo também na responsabilidade de estar corroborando com cada autoridade”.
Em seguida, o vereador Paulo Afonso (Republicanos) mostrou o seu descontentamento com a Cedae e pediu diálogo e cobranças com a empresa Águas do Rio que assume os trabalhos no Estado. “No 3º Distrito, os bueiros estão entupidos e a população vai pagar a conta quando chegarem as chuvas de dezembro, janeiro e fevereiro”.
Alex Freitas citou que, durante anos, a população de Duque de Caxias esteve “refém” da Cedae. “O vereador não consegue forçar a Cedae a priorizar os programas de abastecimento e distribuição de água”. Ele, que é autor da proposta de Lei, aprovada em plenário, tratando da criação de um Comitê Municipal para fiscalizar todas as ações da Companhia, pediu apoio aos demais vereadores para derrubarem o veto do Executivo. “Quero pedir para que possamos derrubar este veto, porque é um mecanismo para esta Casa fiscalizar de fato a empresa que vai se instalar aqui”. O vereador alertou ainda que poderá solicitar uma CPI para acompanhar os trabalhos.
O vereador Claudio Thomaz, fez uma orientação. “Tenho certeza de que nós vamos juntos buscar um entendimento com o Poder Executivo para entender o porquê do PL ter sido vetado”. Já o vereador Junior Reis (MDB), destacou o papel fiscalizador da Câmara, independente do setor e de comissão e que, por isso, o PL seria inconstitucional, o que justificaria o veto.
Junior Reis prosseguiu falando sobre o Hospital Adão Pereira Nunes (Saracuruna) cujos problemas retornaram após o fim do contrato de seis meses, entre o Município e o Estado. “Nos esforçamos ao máximo. Entregamos o hospital com todas as cirurgias em dia. Mas hoje, nossa população está abandonada lá. Antigamente, existia uma conexão entre o município e o Estado”.
Em meio às discussões sobre o veto ao Projeto de Lei, o vereador Nivan Almeida (PT) reiterou as competências entre os poderes e as prerrogativas do Legislativo. Em seguida, parabenizou a vereadora Andréa Conselheira. Mas em seu discurso, mostrou-se indignado com a fala do deputado estadual Frederico D’Ávila (PSL/SP), que fez uma série de ataques ao arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e ao Papa Francisco. “Não estamos discutindo aqui ceticismo, religiosidade. Somos políticos e devemos compreender certas coisas”, disse Nivan, apontando para os próximos meses e as discussões que estão por vir.
Covid
A vereadora Delza de Oliveira (Patriota) fez um discurso emocionante após seu retorno à Câmara. Ela que ficou afastada dos trabalhos, por um mês, devido à Covid 19, agradeceu o apoio dos vereadores e dos eleitores recebido durante sua internação. “Quando estava no leito do hospital, eu me fortalecia com as mensagens”.
Empresas de ônibus
O vereador Junior Uios (DEM) chamou a atenção para a falta de respostas das empresas de ônibus após a Audiência Pública que discutiu os problemas do transporte no município. “Eles não estão preocupados. Eles devem acreditar que a Audiência Pública não os afeta. Algumas empresas devem acreditar que estão acima da lei”. Ele ainda repudiou o descaso com que as empresas tratam a população, principalmente, a União, que é líder em reclamações.
Junior Uios convocou uma força-tarefa para buscar soluções a favor da população. Também citou a importância da criação de aplicativo informando horários e itinerários dos ônibus. Alex Freitas ressaltou que um PL será encaminhado à Câmara visando à cobrança de impostos dos aplicativos para gerar receita à Prefeitura, além de sua proposta para a criação de uma Companhia Municipal de Transporte Público.
Vitinho Grandão (SD), presidente da Comissão de Transporte, comentou sobre a Audiência Pública e as argumentações do representante das empresas de ônibus que não convenceram os presentes e convidou para o próximo encontro no dia 12/11, às 14h, para dar continuidade às discussões e ouvir os esclarecimentos das empresas.
Projetos aprovados
Na sessão plenária de 19/10, também foram aprovados à unanimidade, em primeira e segunda discussões e votações, os pareceres a Projetos de Lei, de Decretos Legislativos e de Resoluções. Os mesmos seguirão para a sanção do Executivo.