Encontro foi iniciativa do presidente Celso do Alba (MDB) devido às manifestações dos vereadores com relação à empresa e os serviços prestados
Os vereadores de Duque de Caxias reuniram-se, em 15/12, com representantes da empresa Águas do Rio que, em 1º de novembro deste ano, assumiu efetivamente, no lugar da Cedae, os serviços de água e esgoto em 27 cidades fluminenses, entre elas, Duque de Caxias.
O encontro foi iniciativa do presidente da Câmara, Celso do Alba (MDB), após as manifestações dos vereadores e teve como foco esclarecimentos de dúvidas e sugestões de ambas as partes. “Conversamos com o prefeito Washington Reis porque, nós, ouvimos as vozes que vêm das ruas. Este parlamento está muito preocupado em resolver esta questão. Várias perguntas foram passadas à direção e tenho certeza que, agora, trilharemos um bom caminho”, disse ele.
O diretor-superintendente da Águas do Rio, Cleyson Jacomini, fez a apresentação da empresa e dos seus serviços. “Sei da imensa carga que recai também sobre os vereadores no que diz respeito ao abastecimento. Sei da angústia e da necessidade que é de equacionar o abastecimento de água, principalmente, na Baixada e, em Caxias, por ser ponto de rede, e é mais crítica a situação”.
O Consórcio Aegea, que formou o Águas do Rio, arrematou os Blocos 1 e 4 no leilão da Cedae por R$ 15,40 bilhões. Ao longo dos 35 anos do período da concessão, a companhia vai investir R$ 40 bilhões na universalização dos serviços de água e esgoto, que deverá ser alcançada nos primeiros 12 anos, em alinhamento ao novo Marco Regulatório de Saneamento. Somente em Duque de Caxias, serão investidos R$3,139 bilhões, ao longo dos 35 anos.
Cleyson Jacomini explicou que a produção da água continua a cargo da Cedae. Já o abastecimento e o esgoto, com a Águas do rio. A Aegea ainda espera cumprir uma promessa antiga do Poder Público que é a despoluição da Baía da Guanabara.
Outro ponto abordado pelo diretor-superintendente da Águas do Rio, Cleyson Jacomini foi referente à perda de água e a instalação de hidrômetros. Segundo ele, o morador gasta cinco a seis vezes mais com ligações clandestinas.
Com relação à tarifa social, ressaltou que está mantida a mesma da Cedae. No mínimo, 5% da população deverá ser beneficiada pelo subsídio. Porém, Cleyson destacou que a Águas do Rio irá mais além. “Hoje, a Cedae tem menos de um por cento dos clientes na tarifa social. Nós vamos, por contrato, aumentar isso aí em cinco vezes. Só que a realidade da Baixada é um pouco diferente e nós vamos esticar esse número. Esta tarifa social significa mil litros de água, por R$ 20,45. Se passar, tem o gradiente de consumo”
Por fim, ele citou os vários projetos sociais da empresa Águas do Rio que serão implementados nos municípios de sua concessão, entre eles, Duque de Caxias.
Manifestações
Após a apresentação do diretor-superintendente da Águas do Rio, Cleyson Jacomini, os vereadores tiraram dúvidas e deram sugestões. O presidente Celso do Alba apontou para outras formas de compensação da empresa ao município, além da ampliação da cobertura de esgoto, entre elas, a possibilidade de construção de equipamentos públicos, como creches e escolas.
O vereador Alex Freitas (SD) mostrou-se preocupado quanto o passivo das dívidas com a Cedae e com a situação das tubulações antigas que precisam ser substituídas. Ele protocolou, na Câmara, a criação de uma Comissão Permanente de Atenção aos Recursos Hídricos. O objetivo é exercer o controle sobre o tratamento, distribuição, qualidade e a fixação de valores para o consumo de água e o tratamento de esgoto.
O vereador Nivan Almeida (PT) questionou a participação da Cedae, no que ela tem a oferecer já que, há anos, não conseguiu um bom gerenciamento da água. Também pediu explicações do convênio com o município e das soluções para as questões pendentes.
Os terceirizados que prestam serviços para a Cedae e Águas do Rio foram citados pelo vereador Alex da Juliana do Táxi (MDB), levando-se em conta as obras que estão sendo realizadas no bairro Jardim 25 de agosto e que têm prejudicado os moradores e motoristas.
O vereador Claudio Thomaz (DEM) comentou sobre a Cedae continuar fazendo algumas obras a fim de cumprir com as que havia começado e alertou para a situação de moradores que têm tido transtornos com as obras. Ele pediu o detalhamento do programa de saneamento básico e do tratamento da água, tanto da que chega nas casas, quanto as que retornam aos rios e mares.
A vereadora Drª Fernanda Costa (MDB) apontou para várias localidades, em Duque de Caxias, que sofrem com a falta d’água, assim como a existência de reservatórios que estão vazios e colocando até mesmo em risco os moradores do entorno.
O problema das enchentes foi citado pelo vereador Dr. Paulo Afonso (Republicanos). Inúmeras indicações sobre o escoamento das águas pluviais para evitar os alagamentos em Duque de Caxias já foram feitas por ele, apontando que, anualmente, os moradores sofrem com prejuízos.
A vereadora Rosinha Lima (MDB) também falou da falta d’água em diversos pontos e de sua preocupação com os moradores que, há anos, lutam para ter água tratada. Relatou que os boosters ou bombas pressurizadoras que fornecem a pressão regular e melhoram a distribuição de água, principalmente, em regiões mais altas ou distantes de grandes adutoras, estão abaixo do normal e gerando ainda mais a falta d’água.
Já o vereador Zezinho do Mineirão questionou a qualidade dos materiais utilizados pela empresa e a colocação dos registros do lado de fora das residências, podendo ocorrer furtos, e chamou a atenção para a cobrança que os vereadores recebem sobre estes e outros problemas.
O vereador Fabinho Martins (PSD) ressaltou a importância de se estabelecer um cronograma de obras para que a população fique atenta e acompanhe os trabalhos. O passivo das dívidas com a Cedae também foi citado pelo vereador Anderson Lopes (Republicanos) tendo em vista a situação dos inadimplentes com a Cedae. Ele apresentou outras reivindicações que a empresa disse estar disposta em solucionar.
O vereador Catiti (Avante), por sua vez, reforçou que é preciso mais diálogo entre a empresa e a Câmara, e também fortalecer os canais de comunicação para que todos tenham acesso e respostas aos seus questionamentos.
A tarifa social voltou a ser abordada pelo vereador Vitinho Grandão (SD) e a limpeza dos rios, pela vereadora Deisi do Seu Dino (PSL). Todas as perguntas dos vereadores foram respondidas pelo diretor-superintendente da Águas do Rio, Cleyson Jacomini que se comprometeu ainda em visitar os locais apontados a fim de conhecer a real situação de cada comunidade e, assim, fazer um trabalho igualitário para que todos tenham acesso à água tratada.
“Temos como política nossa de trabalho muito diálogo. Esta Casa é uma casa de ressonância. Costumo brincar que é quase que um para-raios, porque tudo o que acontece, a população procura os vereadores. Então, a gente esclareceu detalhes do contrato, detalhes da forma da atuação da empresa. Fui muito bem recebido por todos os vereadores. Estamos muito felizes com esta parceria que se inicia, que é um contrato de 35 anos, então, vamos transformar a realidade de Caxias e da Baixada Fluminense”, disse o diretor-superintendente da Águas do Rio, Cleyson Jacomini.
Para o presidente da Casa, Celso do Alba, o encontro correspondeu às expectativas e, a partir de agora, a parceria está formada para que Duque de Caxias atinja os seus objetivos com relação à água, saneamento básico e demais obras.
“Foi esclarecido o início e o término das obras. Muitas demandas também em relação às ruas esburacadas, através das empresas terceirizadas. A Águas do Rio nos passou todo o cronograma para que nós possamos passar para a população também, os munícipes desta cidade que são o nosso foco principal. Estamos aqui para defender a nossa população”, disse o presidente Celso do Alba.